sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A morte do papel?

ALLAN FERNANDO
GUILHERME SOUZA COSTA

Quando o Ipad foi anunciado em 2009, surgiu a polêmica se de fato tratava-se de um apetrecho útil ou apenas mais uma moda lançada por Steve Jobs, o magnata da maior empresa de tecnologia do mundo.
            Depois de três milhões de unidades vendidas, o gadget não apenas se mostrou eficiente como serviu de trampolim para um mercado que até então engatinhava de maneira tímida: o nicho de e-books.
            Com o todo o frisson causado pelo lançamento do novo apetrecho da Apple - o Ipad – a busca por livros digitais teve um crescimento significativo, bem como o número de empresas que disputam para conquistar os consumidores em potencial desse novo mercado.
O Kindle, leitor de livros digitais da Amazon, teve novos modelos lançados e uma vertiginosa explosão de vendas. Concomitantemente, várias empresas de tecnologia, como Sony, Acer a Asus, apenas para citar as maiores, também anunciaram o lançamento de seus próprios leitores digitais. O potencial se mostrou tamanho que a mesma Amazon iniciou uma medida que, em um futuro próximo, permitirá que os tablets sejam para os livros o que o Youtube foi para os vídeos: sua digitalização e democratização de forma instantânea. Dispensando a necessidade de ter que passar pelo apurado crivo de uma editora, a Amazon publicará livros digitais de qualquer escritor que decida se aventurar na empreitada, com reversão automática de 70% dos lucros obtidos. No mercado impresso, por exemplo, paga-se em torno de 20% de royalties para os escritores. Para especialistas americanos, dentro de cinco anos, os e-books terão, pelo menos, metade do mercado.
Pode ser, portanto, que a onda iniciada pelo Ipad não prenuncie a morte do papel. Mas com certeza a popularidade que essa nova tecnologia alcançou mostra que, de hoje em diante, os livros digitais vieram para ficar em nossas estantes. Virtuais, é claro.

O desafio do profissional de Comunicação do Contexto da Cibercultura
           
            As empresas de comunicação ou veículos geradores de notícias hoje já parecem ter percebido que não podem mais se ater a apenas um suporte para se manter vivos no mercado editorial. Um empresa jornalística, por exemplo, não pode mais se ater a apenas um veículo. Hoje em dia, praticamente todas as rádios, jornais, revistas, e telejornais mantêm, simultaneamente, páginas na internet, redes sociais e canais de relacionamento tanto com seus espectadores como também com seus anunciantes. Essa multimidialização dos veículos de informação, ou seja, uma mesma empresa jornalística interagindo por mais de um suporte, de início parecia estar surgindo para facilitar a vida do jornalista. Mas não é bem assim. Agora o profissional da comunicação tem um espaço de informação bem maior para preencher e alimentar. Seu trabalho não ganhou apenas qualidade e agilidade, como ele queria, mas ganhou quantidade, paradoxalmente. O nível de exigência desse profissional tende apenas a crescer nesta relação de maior interação do ciberesapaço com o jornalismo. Este processo deve ainda excluir os profissionais que não se mantiveram atualizados e adaptados a esse novo contexto de jornalismo cada vez mais cibercultural.

Curiosidades sobre o Ipad

A primeira edição da Wired Magazine lançada para Ipad vendeu mais de 24 mil unidades em apenas 24 horas. Nas bancas, uma tiragem total da Revista tem uma média de 82 mil unidades. A publicação conta ainda com 682 mil assinantes. Ou seja, os números da versão para Ipad são considerados bem significativos.
Um restaurante da Austrália trocou seu cardápio tradicional por um Ipad. Recentemente, o Hotel North Sydney Rydges criou um aplicativo para o iPad sob medida para o seu restaurante, com a qual clientes podem buscar nas páginas do menu virtual de forma rápida e simples. Os clientes podem ver fotos, descrição, ingredientes dos pratos que estão sendo oferecidos no dia, além de outros detalhes, antes mesmo do prato ser feito e enviar para a cozinha para preparo via Wi-Fi. Além disto, o aplicativo sugere até os melhores vinhos da casa para acompanhar a refeição.

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